Laysa Taylor- historias de uma diva - sétimo concorrente - Rosário em Cena

Existem dois elencos, um está sobre o palco e sua função é contar uma história, o outro está acomodado nas cadeiras, e sua função é rir, ou chorar, refletir e aplaudir. Se os dois elencos executarem bem suas funções o espetáculo será maravilhoso.




Laysa Taylor não é um espetáculo de meios termos, nem poderia ser, afinal de contas sua vida passou por todo tipo de embates a que um menino pode passar. Violências sexuais e emocionais, solidão, abusos e até mesmo a fome, foram seus companheiros. Em um primeiro momento parece que estamos falando de crianças ou jovens gays, no entanto, todos nós já nos sentimos mal compreendidos, fomos desrespeitados naquilo que somos, ou ainda tivemos que tirar força de nós mesmos ainda que tivéssemos nos encontrado naquilo que consideramos o mais fundo do poço.

Laysa é o próprio patinho feio, elevado a um grau de exagero absurdo, e ela se torna um cisne lindo, forte, poderoso e vencedor. Eis o grande paradoxo: alcançar o topo, a maturidade, aceitação nos arranca pedaços, nos dilacera e nos obriga a fazer a pergunta:-precisávamos passar por tudo isso? Precisava eu ter suportado tudo isso para chegar até aqui?

O público formado em sua maioria por jovens se ensino médio, aprovou o espetáculo e em determinada altura era possível ouvir o som de alfinete, caso esse caísse, muito embora, tudo estava tão coerente, tão intenso e bem dirigido por Pablo Damiam que duvido que um alfinete ousasse tombar.

A atriz Lorasna Valentini tem um poder de atração que conquista e vende qualquer coisa proposta. Mesmo os momentos mais grotescos não agridem e sim emocionam. Voz intensa, curva pontual e finalmente uma deliciosa catarse. Claro que há pontos a serem revisto:, a dublagem, o peso da arma, o uso repetitivo do centro do palco. Enfim, detalhes que podem deixar ótimo o que já é muito bom.


Cléber Lorenzoni - escritor e colunista

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