Era uma vez, mais uma vez... –sexto espetáculo concorrente, festival Rosário em Cena

 

Um Conto do 100 cena

 

Um jovem, sem idade aparente, quer ser integrante do grupo 100 Cena. O porquê alguém iria querer fazer teatro, é uma incógnita. Sofrer, lutar, sacrificar-se em nome da tal “arte”, a troco de uma ideia e de uma chama inexplicável que arde dentro de nós. Pois bem, na ausência de um narrador, o jovem e seu fantoche, conseguem assumir um lugar de fala, dali comenta e interage com o restante do elenco.

Há em Era uma vez... um grande de número de equívocos que se dão pela ausência de uma dramaturgia funcional. Sabe-se de onde vem as personagens e quais suas motivações, no entanto, as intenções e os signos propostos se confundem muitas vezes, assim como também se confundem alguns signos.

Fadas, bruxas, duendes, criaturas que habitam nosso consciente infantil e que sempre nos atraem, pela ingenuidade e até mesmo, pela nostalgia que propõe. Mas o diretor optou por jogar tudo em um grande liquidificador, o que produz um efeito confuso na maioria do tempo. O elenco demonstra uma facilidade em pegar o público e este se entrega, participa, agrega, e devolve com carinho a tudo o que é proposto( destaque aí, para Iva Dallabrida. Isso contudo, pode ser perigoso em alguns espetáculos, principalmente se a os atores não tiverem capacidade de conter no decorrer da apresentação a turba que se apresenta.

A iluminação foi razoavelmente pensada, e produziu bons focos. Curiosa a escolha da banda RBD, como tema central, talvez o sucesso e a representatividade dos jovens da banda mexicana e posteriormente brasileira, tenha a ver com o lugar onde o 100 cena queira chegar. Jean Devigili possui garra, interesse e dinâmica, por isso mesmo merece alcançar sucesso o que virá com estudo e prática.

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