Entrevista ao jornal Gazeta Missões - abril/2019 A

-O Grupo de vocês ganhou alguns prêmios, bons prêmios no festival Cena ViVa que culminou no domingo último. Conta pra nós quais foram os prêmios-

Então, nós ganhamos dezoito prêmios por assim dizer entre medalhas e troféus, entre eles o de melhor espetáculo infantil com o trabalho A roupa nova do rei. Um trabalho que já é de 2017, mas pouco apresentado. O elenco foi todo indicado praticamente, então motivo de orgulho para todos, sem falar que havia premiação em dinheiro, e para a gente que faz arte no interior esse aporte é muito importante....

-O Grupo Máschara já havia ganhado outros troféus ou foi a primeira vez? E como isso se mostra importante na cidade de vocês?

Na verdade já fomos em mais de cinquenta festivais desde que o grupo foi fundado em 1992. Temos um número legal de troféus. Mas claro sempre mudam os atores e a cada nova geração de atores é importante o reconhecimento que significa estudo e técnica buscados a cada ensaio, a cada trabalho dentro do grupo. Já na cidade acho que entre amigos e pessoas próximas, familiares é importante, mas no fundo no fundo é só mais coisa na estante...

-Fale um pouco da peça que vocês trouxeram.

Então, eram duas... As Balzaquianas uma tragicomédia para rir e chorar, que fala do universo feminino e que foi muito aplaudida. E A roupa nova do rei, um conto de Andersem adaptado para o palco de um jeito todo especial, com técnicas de comedia dell art, com visual medieval e que passa uma mensagem sobre o consumismo e talvez sobre a importância de revermos o que estamos ensinando a nossos filhos.

-Vocês imaginavam que iriam ganhar?

Quando a gente monta um trabalho a gente pensa em fazer algo bonito e que a platéia se comova de alguma forma, não se pensa muito em troféu ou em festival. Não se sabe se vai dar certo, são semanas as vezes meses de trabalho. A roupa nova por exemplo é um trabalho que começou há muito tempo, a ser pensado, escrito, até chegar a esse formato.

-Vocês escrevem seus textos? Qual a maior dificuldade?

A dificuldade maior é encontrar bons textos contemporâneos que falem exatamente o que tu queres falar. Por que existem muitos textos, mas muita coisa mal é estreada e já está ultrapassada. Então tens que adaptar, e isso não é tarefa fácil, há o politicamente  coreto que deve ser levado em conta, existe uma carpintaria que a que também deve se estar atento. Enfim, acho escrever algo muito difícil, hoje em dia há muita gente querendo falar, escrever, dar ponto de vista, escrevendo blogues, livros, letras de musicas... mas será que tudo é bom? Por que não se tem um crítico para essas coisas... É preciso saber escolher, saber com o que a gente pode perder tempo...

-Interessante essa colocação, para encerar, quando podemos ver novamente o espetáculo?

Em breve A roupa nova do rei será reapresentada em algum bom teatro, assim como As Balzaquianas, mas o interessante é o pessoal pensar que o importante é irmos ao teatro, sempre, qualquer teatro, a arte cênica é algo maravilhoso, todos devemos dar uma chance para que artistas nos encantem com suas historias maravilhosas.


                               Cléber Lorenzoni

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