Nômades à força
Desde que surgiu em 1992, o Máschara sempre teve que se adaptar as intempéries que o teatro no interior produz. No principio isso não chegava a ser um problema, afinal, para um grupo de jovens artistas, desbravar locais, fazia parte de toda a fértil vida artística. Nos primeiros anos os encontros aconteciam na propria casa da fundadora da Cia. e na Casa de Cultura. Com o tempo, o palco do Clube Arranca também foi cedido, bem como o as dependências do clube 13 de Maio. Em 2000, durante a montagem do espetáculo Antígona, o Máschara passou a utilizar um apartamento vazio, propriedade da senhora Dione Jorge. Outro espaço importante para o grupo, foi o auditório da escola Margarida Pardelhas. Em 2001 a equipe montou Tartufo em salas do Clube Internacional. O Galpão Crioulo da Brigada e o CTG Querencia da Serra também foram emprestados para ensaios, Em 2006 além do auditório do Instituto Annes Dias e de sua sala de Danças, o Máschara se reuniu também no salão paroquial da Catedral.
Além de todos esses lugares, vários outros espaços foram visitados em ensaios esporádicos. Em 2005 o grupo criou o projeto Cena às 7 em em 2012 o Matinê do Máschara. Porém, com a interdição da Casa de Cultura, foi necessário buscar novos espaços. Espaços que as vezes não são apropriados, no entanto, que conseguem comprovar a versatilidade da equipe.
A curta temporada de Lili Inventa o Mundo no Clube Internacional levou mais de trezentas pessoas ao teatro. Foram quatro seções de bom teatro para crianças e adultos. As quatro foram profissionais, e cumpriram sua função. No entanto, essa ultima foi coroada com um quê a mais. Fernanda Peres emocionou e cumpriu sua função de atriz principal do espetáculo, ainda que na ultima apresentação da turnê. Bruna Malheiros, Evaldo Goulart e Fabio Novello também merecem ser mencionados pela excelência de suas funções na matinê. Bruna foi amadurecendo durante os quatro domingos. Evaldo esteve dedicado e concentrado. Provou que com esforço pode sim cuidar da percussão do espetáculo. Fabio Novello assumiu três funções, Cumpriu as três com maestria.
Renato Casagrande é instintivo, inteiro, e cheio de energia. Domina o que faz em cena. Cléber Lorenzoni e Alessandra Souza não se destacaram muito, talvez a preocupação com o novo espetáculo, talvez o cansaço, mas faltou algo. Por exemplo, a cena da Fada Mascarada, poderia render muito, muito mais do que realmente rende. Cléber Lorenzoni no entanto merece elogios por saber conduzir algo tão complexo como uma turnê teatral em Cruz Alta. Com tantas dificuldades, sem dinheiro, e com tantas pessoas ao redor, (não as do teatro), dando o contra. Provocando ondas contra a pequena jangada do Máschara.
Ricardo Fenner, Dulce Jorge, Barbara Santos, e Douglas Maldaner fizeram sua parte para o sucesso do dia. Douglas deve se inspirar nos mais antigos do Máschara, exigir mais de si mesmo como Evaldo e Fernanda fizeram nessa seção.
Agradeço também à Gabriel Giacomini que deu sua contribuição para mais esse dia de teatro. Que a Matinê volte logo e encha nossas crianças de ludicidade.
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Evaldo Goulart, Fabio Novello, Bruna Malheiros, Renato Casagrande, Fernanda Peres
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Alessandra Souza, Cléber Lorenzoni, Dulce Jorge, Barbara Santos, Ricardo Fenner, Douglas Maldaner
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Funcionários do Clube Internacional
Mais teatro. Teatro é Arte. Arte é vida.
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