Um novo Incidente
Incrivelmente o espetáculo O Incidente do Grupo Máschara ainda é assistido, vendido, produzido pelo mundo a fora. Não é mais o Incidente de 2005, e muito se perdeu e mudou de lá para ca. No entanto preciso dizer que esse retorno foi perspicaz. O elenco agora é formado por Cléber, Angélica, Gabriel, Luis Fernando, Diego, Renato e Alessandra. Um arrojo corajoso. Mas para que? Por que?
O problema é o teatro não de rua na rua, estranho paradóxo. O Incidente é um espetáculo concebido para palcos alternativos, mas não tem técnica de teatro de rua. Os atores precisam ter noção do teatro tridimensional, da necessidade de impostação de vóz, de saber adaptar-se ao espaço, da concorrencia com ruídos e ações provindas desse ambiente sempre em movimento que é a rua, mas principalmente, que se no teatro italiano ou elisabetano é difícil segurar a platéia, na rua essa dificuldade é quadriplicada. Em determinada ocasião, assistindo um espetáculo de Antonio Fagundes, ouvi que o público tem disposição para manter-se concentrado por apenas 7 minutos. Mas e na rua, esse tempo deve cair para 3 ou 4 minutos?
O grande destaque de O Incidente está no trabalho corporal, apelo visual do espetáculo. Mas o que mais me encanta é o texto. Rebuscado, cheio da virtuosidade criativa de Erico Verissimo. Conhecedor profundo do povo gaúcho e de suas peculiaridades. Antares é um microcósmo do Brasil, e os sete mortos de Antares carregam consigo um pouquinho de cada cidadão brasileiro. Quem sái do teatro, deve correr ao livro, a peça é um convite a buscar a leitura. É como um leve adossicar nos lábios para se querer comprar o doce.
O que há com Luís Fernando Lara, o vejo tão pouco no palco, sei que é um encantador crítico teatral, sempre com alguma observação inteligente sobre o trabalho dos colegas. No entanto hoje o ví fascinante em cena. Intenso, presente, vivo, com a energia percorrendo o corpo. "Fogo nas ventas"! Mal maquiado, percebí, mas "na cena"!
Angélica Ertel é uma atriz versátil, rápida na compreensão e caracterização de novas personagens. Hoje a ví criando, melhorando seu trabalho a cada encenação de O Incidente.
Diego Pedroso é uma das caras novas e partiu rápido do período de estágio para a cena. E começou bem, aliás, embora sua composição seja muito diferente da concebida por Cristiano Albuquerque em 2005, me fez lembrar muito aquele ator. Precisa claro buscar a técnica, a compreensão vocal, a tridimensionalidade cênica, mas já tem a intuição, e isso é certamente a base de um bom profissional.
Alessandra Souza como Erotildes da Conceição foi adequado. Segundo Roger Castro ela agradávelmente lembrou-lhe Lauanda Varone. Acredito que o teatro é uma esfera de energia, provindas do organismo dos atores, do olhar dos diretores, do público, do texto, de quem ocupou aquele espaço, do conhecimento universal que perpassa pelo ambiente. A energia daqueles atores todos que tanto se dedicaram ao Incidente de Erico Verissimo certamente continua alí. Mas Alessandra Souza precisa buscar a osmoze entre fisico e sentimental, entre técnica e talento. Precisa ousar naquilo que tem espaço para ousadia, e encontrar o bom senso naquilo que já está estabelecido.
Gabriel Wink precisa de ensaio, é um ator talentoso, isso não se discuti, mas tantos antes dele já mostraram talento e acabaram não trabalhando seu talento... É uma pena. A adaptação do monólogo na segunda encenação foi ousada, pe´rdí um pouco de Menandro Olinda, mas compreendo sua intenção em ficar mais próximo da platéia.
Renato casagrande é jovem, jovem nas ações, jovem nos sentimenos, jovem em compreensão e isso é ótimo para a energia e a postura física. Devería repensar, o diretor, antes de dar-lhe determinados papéis.
Cléber Lorenzoni não teve no palco seu requinte de ator grandioso, foi claro o líder da cena, e como sempre guiou, cortou adaptou, tomou decisões em cena.
Penso que O Incidente devería ser mais ensaiado, mais trabalhado, ou abandonado.
No Máschara há três tipos de atores. Os prontos. Os honorários e os iniciantes. Há na diretoria do grupo talento para preparar todos, falta aos atores ousadia em querer aprender. O teatro não cai do céu. Só se cair direto no inferno!
OBS: Fiquei sabendo por fonte segura que o prefeito da cidade citada não tería gostado de uma mensão que a prostituta Erotildes da conceição fizera ao prefeito DE ANTARES, pois ficaría o público tirando grarça de sua postura. Eis aí a função priemeira do teatro, degladiar a sociedade, inquirí-la em relação a sua postura. Eis aí um bom momento para os atores compreenderem o que é ideologia e para onde ela pende em situação como essa.
A Rainha
Gabriel Wink precisa de ensaio, é um ator talentoso, isso não se discuti, mas tantos antes dele já mostraram talento e acabaram não trabalhando seu talento... É uma pena. A adaptação do monólogo na segunda encenação foi ousada, pe´rdí um pouco de Menandro Olinda, mas compreendo sua intenção em ficar mais próximo da platéia.
Renato casagrande é jovem, jovem nas ações, jovem nos sentimenos, jovem em compreensão e isso é ótimo para a energia e a postura física. Devería repensar, o diretor, antes de dar-lhe determinados papéis.
Cléber Lorenzoni não teve no palco seu requinte de ator grandioso, foi claro o líder da cena, e como sempre guiou, cortou adaptou, tomou decisões em cena.
Penso que O Incidente devería ser mais ensaiado, mais trabalhado, ou abandonado.
No Máschara há três tipos de atores. Os prontos. Os honorários e os iniciantes. Há na diretoria do grupo talento para preparar todos, falta aos atores ousadia em querer aprender. O teatro não cai do céu. Só se cair direto no inferno!
OBS: Fiquei sabendo por fonte segura que o prefeito da cidade citada não tería gostado de uma mensão que a prostituta Erotildes da conceição fizera ao prefeito DE ANTARES, pois ficaría o público tirando grarça de sua postura. Eis aí a função priemeira do teatro, degladiar a sociedade, inquirí-la em relação a sua postura. Eis aí um bom momento para os atores compreenderem o que é ideologia e para onde ela pende em situação como essa.
A Rainha
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