A familia que escolhemos...
Dos espetáculos do Máschara, um que mais se destacou no ano em que foi montado foi O Castelo Encantado. E que me perdoem os admiradores da obra de Erico Verissimo, mas as obras infantis do mesmo me pareciam imontáveis, devido a sua extrema complexidade de narrativas. Com tramas frágeis, sem muitos conflitos. Afinal sua intenção era a literatura e não a cena. Mas preciso elogiar um espetáculo que nasceu humildemente e tornou-se um ótimo entretenimento infantil.
Talvez Lili e Rosa sejam parecidas, mas assim também o são Alice (lá no país das maravilhas), Dorothy em O Mágico de Óz e tantas outras. Meleca e Malaquias? Senhor Mágico e Senhor Poeta, e por que não se ambos são dois contadores de historia que dividem a cena para encher os olhos das crianças. Sempre que há bom senso e boa intenção o teatro se explica.
O palco é um lugar mágico, e hoje quero falar do senso agradável de envolvimento que envolve os atores. Acho que o que úne atores "Não profissionais" no interior, nos tais grupos de teatro, é a sensação de familia, o parentesco que se cria, os laços que se contróem.
O Grupo Máschara tem algo de mágico, uma benção talvez, não sei ao certo. Talvez tenha haver com a dedicação profunda de ALGUNS, mas o fato é que na hora do show acontece uma sintonia, um apoderar-se tão tocante que em determinadas vezes me leva as lágrimas.
O Castelo Encantado despede-se hoje para ficar na lembrança, recordado nesse blog. A Rosa Maria de Angélica Ertel solta pelo palco, preocupada em dar vóz aos colegas através de seu microfone; Alesandra Souza, tentando melhorar a cada dia; Renato Casagrande com seu ar avoado, as vezes sem noção do que acontece a sua volta, Gabriel Wink necessitando de ensaios, para fazer mais do que apenas mostrar seu talento; Luis Fernando Lara meio perdido, meio destoante, mas satisfeito em estar na cena; e Cléber Lorenzoni trocando letras de músicas, nervoso em salvar a todos e a sí mesmo e ainda segurar a platéia. Mas em meio a tudo isso, o fazer, o tentar, o errar crescendo, sem vergonha de errar e sem demagogia em querer mesmo acertar. Como uma familia...que discute, se zanga, mas continua alí, cercando aquele alicerce para manter-se fluindo.
Provavelmente o Castelo que sempre irei me recordar é o de 2005, mas servirá de bagagem a um grupo de jovens que se parar um instante perceberá que tem nas mãos um tesouro, um dom, uma missão. Por Dionísio, nunca a joguem fora e nunca privam seu público de sua presença no palco!!
A Rainha
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