sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

1310-O Incidente (tomo 100)

Todos querem ser grandes artistas, artistas completos.

O que seria um artista completo? E mais, o que seria  um ator completo? Ora, a principio um ator ou atriz que domine sua arte e não o completo. Um ator que ao ouvir o comando do diretor, não trava, e sim parte para o "jogo", um ator com recurso, que compreende as situações do diretor, por mais complexas e diversas que sejam. Um ator que nãos e intimida, não importa qual seja seu público. Sobretudo que conheça linguagens e escolas artísticas. 

Na apresentação do Máschara em Uruguaiana ficou claro por exemplo, que é preciso aprender a manusear o microfone. O Incidente não é um espetáculo de palco italiano quando se propõe a palco de feiras, ele passa para outro gênero, certamente algo performático. O grupo foi muito inteligente na montagem de uma peça que se adapta à palcos de feiras, pois ao contrário de qualquer outra, aqui estamos falando de um pleito. Os sete mortos foram ao coreto falar com o público de Antares sobre o que consideram errado em uma sociedade inescrupulosa. Isso portanto, lhes garante a possibilidade de conversar quebrando a quarta parede, e principalmente, fazendo uso dos microfones.

O elenco é coerente, alguns destaques do dia, Lorenzoni, Lemes e Casagrande. Ainda assim, uma pequena falta de concentração pareceu se estabelecer. Na cena do Menandro Olinda, um erro perigoso, que atrapalharia totalmente a mesa de iluminação, caso o espetáculo estivesse atrelado a ela. O que não era o caso por causa do espaço. As vezes falta senso de liderança em alguns interpretes.

O público se interessou mais pelo clima de halloween do que propriamente pelo texto, mas talvez, após um primeiro impacto, tenha se interessado e até curtido. Como sempre, uma debandada grande por alunos, e um aplauso caloroso ao final.

Incidente em Antares parece brincar com a morte, o que é mérito de Verissimo e também da equipe que se empolga na maquiagem. A interprete de Shirley Terezinha, esquece algumas frases de seu texto, ou por nervosismo ou por ansiedade e hoje, deu para perceber o velho "dedinho" do diretor, exigindo ritmo e velocidade... Um arrojo, quem consegue por si só, perceber quando sua cena está arrastada. Tarefa é claro, de diretor, que é treinado para isso. 

A cena final foi bem enxugada, possivelmente para encerrar com pontualidade. Equipe de som e luz disponibilizada, complicada. Por que será que técnicos de luz e som não se dão conta que estão a serviço? Estão prestando trabalho! Sem o som e a luz, os artistas apresentariam na grama, com o público em uma grande roda, sentados no chão. Sem os artistas, o que técnicos de som e luz fariam? Passariam algum vídeo sem vida no telão?

Para encerrar, parabéns, aos interpretes que mantiveram esse espetáculo vivo por cem apresentações. Eu assisti quase todas. Cada uma com sua verdade, com sua historia própria, com sua função politica e social. 


Arte é Vida!!!


Carol Guma (**)

Antonia Serquevitio (**)

Junior Lemes (**)

Kleberson Ben (**)

Roberta Teixeira (**)

Clara Devi (**)

Ana Clara Kraemer (***)

Ainda no elenco Kléber Lorenzoni, Ricardo Fenner e Renato Casagrande. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

O Incidente em Uruguaiana


 

Natal 2025 - Noeletes


 

Ana Costa em Rei Lixo


 

Texto Teatral- La Sacra Alegria

Auto III La Sacra Alegria

 

 

Cena 1

(Entrada dos retirantes ao som de música fúnebre) 

Cena 2

(Música Ave Maria Sertaneja - Elba Ramalho)

Diabo- AAAAI MEU DEUS, por que me fazei passar por essa provação?... Não, não, o que sera de mim com uma criança nos braços com fome com sede a correr por esse mundo a sofrer sem saber da onde eu venho sem saber para onde eu vou 

 Maria- Acalmai-vos irmão tenhais fé

Diabo- Fé? É fé que me pedes para ter? Quando não tenho como matar minha fome, quando não tenho como matar a minha sede?

Homem 1 - Eu entendo a sua dor mas tenha calma

João Coió - Todos nós passamos por provações, mas faz parte da vida irmão

 Diabo- Eu não sou todos, por que é que eu tenho que ser igual a todos? eu tenho direito a um pouco mais

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Rei Lixo e seus fiéis escudeiros


 

Ato Final - Rei Lixo


 

1308 - Auto de Natal (tomo 15)

Teatro é vida...

E a vida se renova a cada instante, cheia de oportunidades, cheia de ideias...

Hoje eu me emocionei vendo a vida se renovando quando a pequena Aurora Serquevitio levantou dentre os atores do Máschara, na escadaria da Igreja Santa Teresa Dávila de Catuípe/RS. O teatro é de grupo, é familiar, é humano e é escola, não há dúvidas sobre isso. E alguém consegue imaginar uma forma melhor de se aprender organização, disciplina e comprometimento, do que através da arte. E a arte do teatro é extremamente generosa, honrando a dança, honrando a música e a poesia.  O teatro é algo imenso, feito por pessoas, que vão catalisando energias, criando uma força sobre humana que nos envolve. Assim foi o Auto de Natal - Família de Nazaré, uma explosão de emoções e sensações. 

Me pergunto é claro se o público de Catuípe, está pronto para degustar o teatro. O teatro é algo apra o qual você precisa ir estudando, se preparando. Como se prepara o público? Através de um grande exercício de observação. Cada espetáculo que alguém assiste, o torna mais apto a ver novos espetáculos. Assim se vence o preconceito, a mediocridade, a mesmice... Por outro lado é necessário lembrar que para se quebrar toda a barreira da pequenez da plateia, é necessário antes rever nossos próprios preconceitos. Preconceitos com personagens, preconceitos com posturas, preconceitos com olhares... É preciso entregar a arte sem esperar determinadas reações em troca. A arte é reflexo de uma "sensação" e deve também provocar sensações. Atores performáticos, com postura ao chegar em uma cidade, postura ao falar com o prefeito, postura ao encarar a plateia, postura ao andar pela pequena cidade que os contratou. POSTURA!

As cenas ocorreram sobre a escadaria que foi preparada, ou seja, corrimãos retirados e espaço aberto. Logo de casa procurei o coração vermelho aplicado na roupa de Ana Clara, que ´é o que conecta as duas Marias, só vi na roupa de Clara Devi, detalhes tão delicados que parecem as vezes escapar dos olhos outrora cuidadosos do Máschara. Um público um tanto desconfiado foi demorando a se entregar. Os artistas começaram todos pelo mesmo lado, o que pareceu redundante na entrada. Adereços dispersos pela arena, de forma interessante e organizada. Colorido explosivo, atrativo para crianças e muito fantástico. Houve porém, é claro, alguns atrasos, as atrizes Carol Guma e Clara Devi as vezes se atrasaram, a segunda soube disfarçar. Lorenzoni no epílogo não vestiu as roupas de José, desvalorizando o rito. Felipe Brandão e Kleberson Ben interpretaram com a cabeça muito erguida, revelando mais o pescoço do que as reações interpretativas faciais. Parabéns à Ana Letícia, Valentina Lemes, e Giovana da Silva Lopes que ao lado de Aurora Serquevitio, fizeram suas estreias. Importante todo o elenco lembrar de usar mais o maxilas nas dublagens, e tanto o vovô, quanto o anjo, podem interpretar mais tridimensionalmente, pois o espetáculo é em arena. 

Hoje eu me senti orgulhosa, pois observei a união das pessoas, desde Priscila Chiesa na operação da trilha, ou Isis Rosa ajudando na contrarregragem. Dona Lili ajudando as crianças, cada um fazendo sua parte. o Teatro envolve, seduz, vicia. Por isso é importante cada um se esforçar tanto, para admirar o colega, perdoar uns aos outros, pelo convívio, pelo dito fora de hora, pela brincadeira superficial, pelos vazios... Vencer as barreiras para estar no palco, construir em equipe, eis a verdadeira resistência. 

Parabéns, muitos, muitos são os chamados para a vida no palco, muitos veem, só os escolhidos permanecem.


Teatro é vida


Auto de Natal - Família de Nazaré.


Direção e roteiro- Kléber Lorenzoni

Elenco: Ricardo Fenner

              Valentina Lemes (trabalhar mais o corpo) (***)

               Clara Devi (mais serenidade e contemplação) (**)

               Kléber Lorenzoni

               Renato Casagrande 

               Junior Lemes (mais triangulação) (**)

               Antonia Serquevitio (mais empedernismo)(**)

               Roberta Teixeira (mais mordida)(**)

               Ana Clara Kraemer (mais leveza interna)(**)

               Carol Guma (menos leveza)(**)

               Douglas Maldaner (mais coragem)(**)

               Felipe Brandão (mais foco) (**)

               Kleberson Ben (mais equilibrio) (**)

               Giovana Lopes (mais estudo)

               Ravi Dantas 

               Aurora Serquevitio

               Ana Leticia (mais estudo)

Contrarregras Priscila CHiesa, Isis Rosa, Lili Dantas